domingo, 2 de agosto de 2015

De um tal Lucas


Levo comigo o cheiro do meu perfume misturado à tua pele, aroma preferido.
Levo comigo um sorriso largo todas as vezes que me lembrar dos seus lábios.
Levo comigo a dialética de encontros inesperados que misteriosamente tecia o laço.

Levo duas entradas para o teatro e um olhar vermelho de Miró.
Levo as palavras inspiradas cravadas no peito.
O sabor da aventura de desbravar pelo desconhecido que é este teu reino.

Carrego um pôr do sol que te iluminava laranja e me lançava no abismo.
Aquele banho de água doce em que nos misturamos à pedra e fomos um só.
Levo comigo pássaros libertados do coração de uma santa.

"Não levo nenhuma única gota de veneno."
Levarei aquela casa leve, com uma cama pequena, perfeita pra nós dois.
Um ombro direito onde repousava meus sonhos.
Um enlace que me levava à eternidade.
Os discos, livros e poetas ressonantes...

"E é um assombro por tudo isso que nenhuma carta, nenhuma explicação, podem dizer a ninguém o que foi."

(Inspirado no conto "A mulher que diz tchau." de Eduardo Galeano.)

Um comentário:

Unknown disse...

Tudo vale a pena ...