quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Paradoxos, contradição...






Faz tempo que não sinto a melancolia partir...
Dias estranhos esses..
Não sei se bem, se bem há
Há esse estado desengonçado de movimento pulsante que gera a vida
Essa mistura de dor e prazer que cai e flutua ao mesmo tempo
Rarefeita e densa
Imensa
Inorgânica, imaterial
Positiva pelo negativo
Dialética estética inalcansável
Que paira e não sai do lugar
Rumo ao infinito evolutivo

Faz tempo que o daqui a pouco era
Esse tempo que não cabe em mim
Me envolve numa dança inerte
De fantasia e verdade
Flerte de consciência
Transcendência


Sou isso em abandono
Poeira levantada
Rastro de luz
Passos na areia

Sou cola velha
Rabisco errado
Fio desencapado

Sou só
Rugas, celulite, gastrite
Sou o corpo que perece
Que adoece
A lágrima que cai
Sorriso desmanchado
Água que escorre
Cisco no olho
Vento na cara
Arrepio antecipado
Pés descalços
Atenção
A tensão
Intenção
Emoção

Sou quem experimenta
A crueza, a beleza
O oscilar da alma em desengano
Sou eterno abandono

Sou tudo de velho



Sou o desgaste da sua poltrona


Sou o que vem a tona





Imprevisível

Instável

Acuável

Vulnerável Imperfeição

Sou o que não se move
O que não socorre
Teu patrão

Sou isso que oprime
Que não se redime
Nem com o canhão

Sou morte lenta

Paradóxos, contradição...

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