Faz tempo que não sinto a melancolia partir...
Dias estranhos esses..
Não sei se bem, se bem há
Há esse estado desengonçado de movimento pulsante que gera a vida
Essa mistura de dor e prazer que cai e flutua ao mesmo tempo
Rarefeita e densa
Imensa
Inorgânica, imaterial
Positiva pelo negativo
Dialética estética inalcansável
Que paira e não sai do lugar
Rumo ao infinito evolutivo
Faz tempo que o daqui a pouco era
Esse tempo que não cabe em mim
Me envolve numa dança inerte
De fantasia e verdade
Flerte de consciência
Transcendência
Sou isso em abandono
Poeira levantada
Rastro de luz
Passos na areia
Sou cola velha
Rabisco errado
Fio desencapado
Sou só
Rugas, celulite, gastrite
Sou o corpo que perece
Que adoece
A lágrima que cai
Sorriso desmanchado
Água que escorre
Cisco no olho
Vento na cara
Arrepio antecipado
Pés descalços
Atenção
A tensão
Intenção
Emoção
Sou quem experimenta
A crueza, a beleza
O oscilar da alma em desengano
Sou eterno abandono
Sou tudo de velho
Sou o desgaste da sua poltrona
Sou o que vem a tona
Imprevisível
Instável
Acuável
Vulnerável Imperfeição
Sou o que não se move
O que não socorre
Teu patrão
Sou isso que oprime
Que não se redime
Nem com o canhão
Sou morte lenta
Paradóxos, contradição...
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